Esta comunicação discute o papel dos povos tradicionais — especialmente negros e indígenas — na formação do território e da memória cultural das cidades brasileiras, tendo como delimitação espacial a cidade Palmeira dos Índios no agreste alagoano. Mostra como a invisibilidade dessas comunidades em discursos históricos e cartográficos revela processos de exclusão social e apagamento cultural. A transformação da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em um Museu de Usos e Costumes na cidade de Palmeira dos Índios, é um exemplo emblemático da violência simbólica sobre o povo negro. Ao substituir um espaço de significado cultural e espiritual para a comunidade negra como a Igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Pretos por uma instituição (Museu de Usos e Costumes) que, muitas vezes, não reflete sobre suas histórias e identidades. É necessário discutir as narrativas que marginalizam e desvalorizam estes grupos, consolidando uma visão dominante da sociedade. Por fim, a comunicação reflete sobre como essas mudanças espaciais representam formas de violência patrimonial contra a memória e identidade do povo negro e enfatiza a importância de uma cartografia social que reconheça e valorize a diversidade e a contribuição dessas questões na construção da identidade dos diferentes povos que contribuem na construção das cidades brasileiras.
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